segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

COMUNICADO

Nós, estudantes da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa reunidos em Assembleia Geral, elaborámos este documento, fruto da ponderação e discussão dos estudantes sobre a implementação do Processo de Bolonha e do Regime Juridico da Institutições de Ensino Superior (RJIES).

Este documento aborda diversos pontos da mudança que está a decorrer no Ensino Superior português, e por consequência na Escola Superior de Comunicação Social e no Instituto Politécnico de Lisboa, e espelham as nossas principais preocupações. Por isso decidimos apresentá-lo em comunicado à comunidade académica em geral e enviá-lo para as diversas instâncias competentes e com responsabilidades na condução das politicas sobre Ensino Superior.

Assim:

Ponto Um: condenamos a forma como o RJIES foi apresentado, discutido e aprovado por este governo: com o minimo de discussão e sem explicações à comunidade académica em geral;

Ponto Dois: defendemos uma escola pública de qualidade e por isso é com grande preocupação que vimos contemplada a possibilidade de as Instituições de Ensino Superior passarem a adquirir a personalidade juridica fundacional de direito privado;

Ponto Três: rejeitamos a redução da representatividade dos estudantes na gestão das Instituições de Ensino Superior. Defendemos maior e melhor representatividade e com uma quota de pelo menos 1/3 de estudantes no Conselho Geral;

Ponto Quatro: questionamos a inclusão de personalidades externas na gestão das Instituições de Ensino Superior e rejeitamos a sua excessiva presença, desproporcional ao número de estudantes e funcionários. Estamos ainda contra a possibilidade de estas personalidades poderem presidir às Instituições de Ensino Superior;

Ponto Cinco: defendemos uma acção social mais abrangente e mais justa e não consideramos que os sistemas de empréstimos bancários para os estudantes sejam uma solução para o acesso e frequência de um curso do Ensino Superior;
Ponto Seis: defendemos um debate alargado sobre o RJIES e exigimos a revisão do quadro legal existente – Regime Juridico das Instituições de Ensino Superior - que sustenta toda a matéria afecta ao pontos mencionados.

Por último, ficou ainda aprovado em Assembleia Geral de Alunos que este comunicado seria afixado nos placares disponibilizados pela Associação de Estudantes, enviado para os corpos de gestão da ESCS, bem como para outras entidades externas à nossa Escola Superior.

Sem outro assunto de momento e agradecendo toda a atenção dispensada,

os estudantes presentes em Assembleia Geral de Alunos no dia dezoito de dezembro de dois mil e sete no Auditório da Escola Superior de Comunicação Social

A Farpa e o Comunicado

Era antiga a vontade d'A Farpa de convocar uma Assembleia Geral de Alunos (AGA) para se discutir e para se tomar uma posição em nome de todos os estudantes da ESCS sobre o novo RJIES. No entanto, e porque sabemos que o desconhecimento sobre o tema é geral, queriamos promover primeiro uma campanha de informação, com debates e panfletos, por exemplo, e só depois reunir todos os alunos em AGA para tomar uma posição.

Em Dezembro, no entanto, a (antiga) AE marcou uma AGA para falar do RJIES, sem que houvesse tempo para sensibilizar os estudantes para o assunto nem para divulgar a AGA. Colocámos então os textos sobre o RJIES aqui no blog e escrevemos uma proposta de tomada de posição dos estudantes para apresentar.

Surpresa: chegados à AGA, afinal nada de RJIES. A Farpa teve de propôr a alteração da ordem de trabalhos para que houvesse o esperado espaço de discussão. Propusémos a nossa tomada de posição ponto por ponto, a qual foi discutida e aprovada com pequenas alterações. O texto, a que a Mesa da Assembleia forneceu a escrita burocrático-chata, é o que está afixado junto ao bar, e que divulgamos no nosso blog.

Decidimos na AGA enviar o comunicado para todo o lado e mais algum: Conselho Directivo, IPL, partidos, etc, etc. Agora inteirámo-nos da situação e descobrimos que nem a Mesa nem a AE enviaram o texto para lado algum. Para que serve tomar uma posição se ninguém souber que a tomámos? A nova Mesa e a AE comprometeram-se connosco a fazê-lo esta semana.

Problema: -por uma lado o desconhecimento ainda é muito: os alunos da ESCS tomaram uma posição oficial sobre algo que ainda poucos conhecem; -por outro, até porque não houve qualquer divulgação da AGA, fomos apenas cerca de 20 alunos a aprovar a tomada de posição.

Temos no entanto uma convicção: quantos mais fossemos naquela AGA, mais seriamos a concordar e a perceber a importância desta posição.

Foi das raríssimas vezes na história da nossa escola em que nós, estudantes, tomámos uma posição sobre uma política do governo que nos prejudica. É uma vitória inegável. Falta continuar a divulgar. Falta cada estudante da ESCS ter noção daquilo que não quer: uma lei que fere o Ensino Superior Público e que tira a voz aos estudantes na gestão da escola!

"Se formos apenas mais uma escola, seremos uma escola a mais."

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

domingo, 13 de janeiro de 2008

A Farpa e a AE

No próximo dia 15, 3ª feira, vão decorrer as eleições para a Associação de Estudantes da ESCS. É uma altura particularmente delicada, se pensarmos que até ao final deste ano lectivo vão deixar a escola imensos alunos do 4º (que vai deixar de existir) e do 3º ano: aqueles que estão mais familiarizados com a escola. Uma novidade que o Processo de Bolonha nos trouxe é esta, a de termos a sensação de deixarmos a escola mal cá entramos...!

Saudamos pois os estudantes da lista k, a única lista candidata, por esta iniciativa. Também nós apelamos a todos os estudantes da ESCS para que nesta 3ª feira vão votar. Apoiem a lista candidata ou votem em branco, mas não deixem de pôr aquele papelinho no caixote de cartão – trata-se de participar na construção da escola!

O grupo de estudantes que neste momento constitui A Farpa não tem condições para se candidatar à AE por ser maioritariamente constituído por alunos finalistas. Mas esperamos crescer.

Em parte, A Farpa surge precisamente do desencanto com a triste realidade das sucessivas associações de estudantes da nossa escola. Enquanto ela se mantiver, encontraremos sem dificuldade o nosso espaço e o nosso papel aparte da AE. Abrimos um espaço alternativo de reflexão e de intervenção, e convidamos todos os alunos da ESCS a vir conhecê-lo.

Num mundo que nos ensina que pensar custa, a nós custa-nos não pensar no mundo. Perante a apatia impregnada dentro destas paredes brancas, queremos pensar, debater e transformar. E conquistamos legitimidade a cada farpa lançada. Os nossos meios são as nossas mãos!

“Se formos apenas mais uma escola, seremos uma escola a mais.”

Associação de Estudantes

sábado, 12 de janeiro de 2008

O papel de uma AE

O papel das Associações de Estudantes (AAEE) é demasiado importante para ser menorizado. Ao longo da história, representaram o que há de melhor entre nós: o espírito crítico, a acção unitária e a intervenção social e política. Contudo, não é essa a imagem que transparecem nos dias de hoje. Está tão longe, por exemplo, a memória dos dirigentes associativos que, com a massa estudantil, enfrentaram o fascismo em Coimbra, como está a dos que tiveram de enfrentar Cavaco Silva e as hordas policiais para derrotar a aplicação de propinas no ensino superior público. A imagem que, hoje, temos das AAEE é a de que são comissões de festas.

Mas não. O tronco fundamental de uma Associação de Estudantes (AE) é a intervenção académica e é aí que deve residir o núcleo central da sua actividade. A gestão de actividades de lazer para os estudantes é importante. No entanto, não são elas que nos esclarecem ou nos fazem intervir sobre políticas governamentais injustas como o aumento das propinas ou sobre a gestão que a escola faz do dinheiro que recebe. Se representar, efectivamente, a maioria dos estudantes, a AE será uma arma poderosa na defesa dos nossos interesses, capaz de fazer recuar governos e conselhos directivos. O passado provou-o.

No momento em que vivemos, o governo não investe no ensino superior público: asfixia-o economicamente, promovendo o investimento privado. Para isso aprovou o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, que prevê a passagem das instituições e universidades para instituições de direito privado. Neste sentido, agravam-se as propinas e reduz-se a acção social, afastando os estudantes mais carenciados do ensino superior. Para reduzir a contestação e limitar a nossa intervenção nos órgãos de decisão, pretendem diminuir o número de representantes dos alunos face aos professores. Este é o momento em que as AAEE devem assumir o seu papel histórico de defesa dos nossos direitos.

Na ESCS, as sucessivas direcções associativas têm optado por menorizar a importância da intervenção académica. São, geralmente, compostas por grupos de amigos que pautam a sua actividade por três ou quatro momentos de lazer mais visíveis. No resto do ano, mantêm-se distantes da massa estudantil, espantam-se com a falta de participação nas Assembleias Gerais de Alunos e justificam-na com o desinteresse dos mesmos - como se não fosse a principal responsável por ele. Com raras excepções, a intervenção académica não passa de reuniões com o Conselho Directivo, de encontros com outras AAEE e de emissões de comunicados.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Tertúlia

Olá! A Youth Press Portugal - Associação de Jovens Jornalistas, tem o prazer de te convidar para a sua 4ª Tertúlia do Jornalismo, já nesta 4ª feira! Participa e divulga!

"A Precariedade no Jornalismo"
Qual é a realidade e qual o futuro dos jovens jornalistas em Portugal?
O jornalismo precário é uma ameaça à democracia?


esta 4ª feira (9 de Janeiro)
20h30 no Espaço do MCE na Capela do Rato
Cç Bento da Rocha Cabral 1B, junto ao Largo do Rato (ver mapa)

Convidados:
Óscar Mascarenhas - Esteve ligado ao Sindicato dos Jornalistas, onde ocupou cargos como Vice-presidente e presidente do Conselho Deontológico. É professor de Ética e Deontologia do Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Dirigiu estágios curriculares no DN, e fá-lo agora na agência Lusa.

Pedro Rodrigues - Jornalista, fundou o movimento Precários Inflexíveis, contra a precariedade laboral.

João Pacheco - Venceu o Prémio Gazeta Revelação 2006 e dedicou-o a todos os jornalistas precários. Colabora com a revista Visão. Também é fundador dos Precário Inflexíveis.

Contactos: youthpressportugal@gmail.com / 96 4366575 (Francisco Pedro)

Contamos contigo!!